
Entrevista - IAHGP: 160 PRESERVANDO E FAZENDO HISTÓRIA - Margarida Cantarelli*
05/07/2022 - Jornal O PODER
* Advogada.
Professora da UFPE.
Secretária da Casa Civil de Pernambuco no Governo Marco Maciel.
Desembargadora Federal.
Ex-Presidente da Academia Pernambucana de Letras.
Atual presidente do Instututo Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano.
O PODER - Qual o significado dos 160 anos do Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano?
MARGARIDA CANTARELI - Tem grande significado os 160 anos do IAHGP. Uma Instituição da sociedade civil, sem fins lucrativos, voltada para a cultura e de preservação da História que se mantem atuando initerruptamente por 160 anos, merece todo reconhecimento. Criado em 28 de janeiro de 1862 por intelectuais pernambucanos com a finalidade de ser o guardião da História de Pernambuco e dos acervos que lhe foram confiados: mapas históricos (por exemplo: mapas holandeses do século XVII e pinturas referentes à Batalha dos Guararapes); objetos que têm relevância para fatos históricos (como: a espada do Leão Coroado com a qual ele atingiu o oficial português e foi o estopim da Revolução da 1817; a pena que a Princesa Isabel assinou a Lei do Ventre Livre; estandartes dos clubes abolicionistas); uma biblioteca importante e outros acervos documentais, dos quais três foram reconhecidos pela UNESCO como Memória do Mundo. E muito mais.
O PODER - Como transcorreram as comemorações?
MARGARIDA CANTARELI - As comemorações foram adiadas da data oficial, que seria 28 de janeiro de 2022, por causa da Pandemia que teve um pico no mês de janeiro. Mudamos para 6 de março, data Magna de Pernambuco, que corresponde ao início da Revolução de 1817. Mas, os riscos continuavam para reuniões presenciais. Então, resolvemos aproveitar outra data importante – 2 de julho de 1824 – que é da Confederação do Equador, cuja figura maior foi Frei Caneca, executado em janeiro de 1825. Realizamos, como tradição do Instituto, uma palestra pronunciada pelo sócio e historiador George Cabral, entrega dos títulos de sócios que foram aprovados (ao longo de dois anos, pois em 2021 não houve comemoração) e outorga de Medalhas àqueles que contribuíram em diferentes ações para o Instituto. Ao final, o maestro Mucio Callou e o Quarteto Armorial apresentaram a Suíte 1817, especialmente composta por Callou e representa muito bem o espírito pernambucano.
O PODER -Qual o papel do IAHGP hoje?
O IAHGP tem hoje o papel de receber e disponibilizar informações, especialmente para o público estudantil; manter aberto o seu Museu Histórico, um dos mais antigos do Brasil, onde muitas das peças referidas estão expostas. Escolas, Faculdades, turistas e os pernambucanos que não tiveram a oportunidade de conhecer – o Instituto está instalado na Rua do Hospício, 130, Boa Vista. Também, convém ressaltar, que anualmente o Instituto faz a publicação da sua Revista, que tem mais de um século, contendo artigos e pesquisas valiosas para os interessados na História de Pernambuco e do Brasil.
O PODER - Quais as principais atividades que desenvolve?
As principais atividades são: reuniões, abertas ao público, sempre na 1ª e 3ª quartas-feiras; aos sábados pela manhã: orientadores para pesquisa (se solicitado, pode ser marcado outro dia); acesso à Biblioteca para consulta e outras informações; publicação da Revista anual e outros livros, sempre editados pela CEPE.
O PODER- Como a sociedade tem acesso ao acervo do Instituto?
Acesso através de visita ao local ou agendamento.
O PODER - Com quais recursos o Instituto se mantém?
O Instituto se mantém com a contribuição dos sócios, doações de particulares e alguns convênios específicos para melhoria das instalações e recuperação de acervos.
O PODER- O que mais gostaria de acrescentar?
Convidar para que visitem o Instituto e conheçam um pouco mais da História de Pernambuco.