É grande, na Justiça Federal de Pernambuco, a disputa que envolve herdeiros do empresário João Santos (falecido em 2009), atuais acionistas do Grupo Nassau. Recentemente, uma decisão negou pedido de liminar apresentado pelos irmãos José e Fernando Santos para que fosse cancelada assembleia realizada em agosto passado – que os destituiu do comando do grupo e entregou a gestão a dois executivos do mercado.

LEGITIMIDADE
O Grupo Nassau congrega dez fábricas de cimento e o litígio diz respeito a uma briga de família que envolve, de um lado, filhas e netos de João Santos e do outro, os irmãos e filhos do empresário, José e Fernando. Os irmãos alegaram na Justiça que não foram à assembleia porque ela foi convocada pelo advogado Augusto Quidute, nomeado inventariante de Santos. E que este não teria legitimidade para convocá-la, já que não é acionista.

INVESTIGAÇÃO
A decisão da Justiça, entretanto, lembrou que Fernando já foi inventariante e também fez pedidos semelhantes quando estava nesta condição, mantendo os irmãos fora do comando do grupo. Em reservado, familiares alegam que tomaram partido dos outros familiares e não dos irmãos Fernando e José depois que, em janeiro passado, o grupo Nassau foi alvo de uma operação da Polícia Federal para investigar prática de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. Tais crimes já tinham sido denunciados em 2018, num dossiê elaborado por herdeiros do espólio e ex-funcionários e entregue a autoridades.

RECURSO
Por meio do seu advogado, Taney Farias, José e Fernando Santos disseram que vão recorrer da decisão. Os atuais administradores do grupo, nomeados pelos acionistas na mesma assembleia, são os executivos Paulo Narcélio Simões do Amaral, ex-presidente da OGX; e Guilherme Rocha, ex-administrador de Fernando de Noronha.

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